COIMBRA,31 de Março de 2025

Câmara de Condeixa e ambientalistas em luta contra destruição de mancha florestal

28 de Março 2025 Rádio Regional do Centro: Câmara de Condeixa e ambientalistas em luta contra destruição de mancha florestal

A Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova está a pressionar o Governo para assegurar que as compensações pelo abate de sobreiros, decorrente da construção de três parques fotovoltaicos, ocorram no próprio concelho e não em Marvão, como está previsto.

O presidente da autarquia, Nuno Moita, afirmou que Condeixa-a-Nova foi surpreendida pelo despacho governamental que autorizou o abate das árvores e que está a pressionar o Executivo para que as medidas de compensação ambiental sejam implementadas na freguesia de Ega, onde os parques serão instalados. Apesar de reconhecer a limitação da margem de actuação dos municípios em projectos considerados de interesse nacional, o autarca sublinha a importância de garantir benefícios ambientais para a região afectada.

A decisão governamental, publicada em Diário da República a 11 de Março, declara a “imprescindível utilidade pública” da construção dos parques solares Corteses, Quinta do Vale e São Fipo, numa propriedade localizada na freguesia de Ega. O projecto, a cargo da empresa Anadia Green SA, prevê a ocupação de 12,31 hectares e implica o abate de 1.070 sobreiros, sendo 970 jovens e 100 adultos. Em troca, está prevista a plantação de cerca de 7.400 sobreiros em Marvão, no distrito de Portalegre.

O presidente da Junta de Freguesia de Ega, Rodolfo Silva, considera que a compensação ambiental deveria ocorrer na própria freguesia e classificou a solução encontrada pelo Governo como uma “falta de sensibilidade”. A Junta enviou um ofício ao Executivo a pedir a revogação do despacho, argumentando que não faz sentido que as árvores sejam abatidas em Condeixa-a-Nova e replantadas a 200 quilómetros de distância.

Entretanto, a associação ambientalista Milvoz alertou para o impacto ecológico do projecto, afirmando que, para além dos sobreiros, serão destruídos cerca de 40 mil carvalhos. Segundo o vice-presidente da associação, Manuel Malva, a área afetada é composta por carvalhais antigos e zonas de regeneração, além de outras espécies características dos bosques mediterrânicos. A Milvoz também expressou preocupação com a fauna local e está a considerar organizar uma caminhada de manifestação contra a destruição da área natural.

A câmara municipal e a junta de freguesia continuam a pressionar o Governo para rever a localização das compensações ambientais, enquanto grupos ambientalistas se mobilizam para evitar a destruição de áreas naturais bem preservadas.

Fonte: Campeão das Províncias

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