Em 2025 as famílias portuguesas deverão enfrentar uma subida generalizada de preços, apesar de uma previsão de abrandamento na inflação. Se 2024 já foi um ano marcado por aumentos consideráveis, o próximo ano trará mais desafios, com aumentos significativos em várias áreas essenciais, incluindo alimentação, serviços e transportes.
O leite e os produtos lácteos, como queijo, manteiga e natas, continuam a sofrer aumentos, impulsionados pela lei da oferta e da procura. Segundo a Federação Nacional das Cooperativas de Produtores de Leite, espera-se que esses aumentos se mantenham em 2025, após um ano de aumento constante em 2024. A Deco Proteste já alertou para subidas de até 10% em alguns tipos de queijo e 7% nos ovos.
O aumento do preço do pão também se mantém em 2025, influenciado pelo aumento dos custos das matérias-primas e energia. A Associação do Comércio e da Indústria da Panificação prevê uma subida de pelo menos 5%, apesar de os produtores tentarem absorver parte do aumento. Em 2024, o preço do pão já havia subido 22% em algumas variedades, e a tendência deverá continuar.
O preço do bacalhau, um alimento tradicional da mesa portuguesa, também deverá aumentar em 2025. A guerra na Ucrânia, a escassez de quotas de pesca no mar do Norte e os custos de transporte estão a afectar o preço do peixe. Espera-se uma subida de 25%, o que pode fazer o preço ultrapassar os 20 euros por quilo.
Além dos alimentos, outras áreas do dia-a-dia das famílias também terão aumentos significativos.
Em 2025, as rendas de habitação poderão aumentar até 11%, caso os senhorios não tenham ajustado os valores nos últimos três anos. Mesmo que a subida base seja de 2,16%, a aplicação de coeficientes anteriores poderá resultar num aumento substancial para alguns inquilinos.
As portagens nas auto-estradas vão aumentar 2,21%, o que se traduz em subidas de 60 a 70 cêntimos em percursos populares, como Lisboa-Porto e Lisboa-Algarve. Esse aumento está relacionado com a inflação e uma compensação às concessionárias das auto-estradas.
O preço dos bilhetes ocasionais de transporte público também sofrerá um aumento de 2,02%. Isso afecta principalmente os bilhetes diários e os bilhetes para viagens ocasionais. Contudo, os passes mensais devem manter-se no mesmo valor.
Os preços de alguns serviços de telecomunicações também serão ajustados. A Altice Portugal, que detém a marca Meo, anunciou que fará aumentos de preços em 2025, excepto para alguns serviços digitais. Por outro lado, a Nos garantiu que não haverá aumentos no próximo ano. A Vodafone ainda não confirmou a sua posição.
No sector da saúde, os medicamentos com preço até 16 euros poderão ter um aumento de 2,6%, para evitar a escassez de produtos mais baratos. Este aumento é justificado pela necessidade de manter a viabilidade económica dos medicamentos de menor custo.
Os aumentos nas contas de água e resíduos também são previstos para 2025. Espera-se uma subida média de 2,1% no abastecimento de água e de até 6,4% no saneamento, dependendo da entidade gestora. Além disso, os custos com a gestão de resíduos urbanos, que já estão incluídos na conta da água, devem aumentar entre 4,8% e 11,4%.
Em relação à energia, a electricidade apresenta uma boa notícia: as tarifas deverão baixar, com uma redução média de 7% para os clientes da EDP. No entanto, o preço do gás natural deverá continuar a subir, com alguns operadores já a anunciar aumentos.
Em resumo, 2025 será um ano de aumentos generalizados, que irão impactar várias áreas do quotidiano das famílias portuguesas. Embora as subidas dos salários e pensões possam oferecer algum alívio, o aumento dos preços dos alimentos, serviços essenciais e transportes será um desafio para muitas pessoas, especialmente as de rendimentos mais baixos. Resta saber se os ajustes no salário mínimo e nas pensões serão suficientes para equilibrar o orçamento das famílias no novo ano.
Fonte: Campeão das Províncias
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