Um consórcio liderado pela Universidade de Coimbra (UC) recebe 2,3 milhões de euros para desenvolver e inovar o sector agroalimentar na região Centro.
O objectivo é “responder aos desafios que as fileiras do sector agroalimentar da região Centro enfrentam, através de uma estratégia de desenvolvimento territorial alicerçada na caracterização, conservação e valorização dos recursos genéticos endógenos, é o grande objectivo da rede de competências ‘Cultivar‘, que obteve financiamento de 2,3 milhões de euros do Programa Operacional Centro 2020”.
O projecto é liderado pela UC e tem como parceiros o Instituto Pedro Nunes (IPN), o Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar (CATAA) e o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB).
A rede de competências “Cultivar” será apresentada na próxima quarta-feira (27), pelas 15h30, no Centro de Empresas Inovadoras de Castelo Branco (CEi), no âmbito do congresso “Inovaction”, e contará com a participação da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e com representantes de todas as instituições que compõem o consórcio.
Para Helena Freitas, coordenadora do Centro de Ecologia Funcional (CFE) e líder do projecto, “a degradação ambiental, a pressão sobre os recursos naturais e as alterações climáticas confrontam as sociedades com inúmeros desafios, os quais requerem conhecimento, criatividade e inovação, sendo ainda necessária uma profunda mudança social. Assim, é fundamental adoptarmos uma abordagem sistémica na investigação e na intervenção do território, promovendo o desenvolvimento de metodologias e soluções inovadoras, economicamente viáveis, focadas na segurança alimentar e numa produção ambiental e socialmente sustentável com uma base integradora do funcionamento dos agro-ecossistemas e que contemple todas as suas dimensões”.
A professora catedrática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) reforça que, “em virtude das condições inerentes à matriz territorial da região Centro, e da sua elevada vulnerabilidade face aos diversos cenários de alterações climáticas, há necessidade de abordar o território de forma disruptiva e diferenciadora”.
“Em resultado de sinergias criadas anteriormente foi possível criar um consórcio regional de instituições de IC&DT relevantes no sector agroalimentar, e que possuem todas as condições físicas e competências técnicas para desenvolver projectos de investigação disruptiva e consequente transferência da inovação para o mercado”, sublinha ainda Helena Freitas.
Por sua vez, Joana Costa, investigadora do CFE e directora executiva do projecto, nota que “o projecto está assente numa visão holística que integra as dimensões ambientais, sociais e económicas com o objectivo de valorizar os recursos genéticos endógenos da região Centro e os processos que os suportam, de modo a alavancar de forma sustentável o sector agroalimentar”.
“O projecto pretende valorizar e dotar os polos de competência existentes na região Centro de conhecimentos em áreas estratégicas, com consequente fixação de recursos humanos altamente especializados, ao mesmo tempo que promove e consolida a colaboração entre instituições de ciência, tecnologia e ensino superior e o ‘cluster’ agroalimentar, numa perspectiva assente na inter e transdisciplinaridade do conhecimento e da inovação”, conclui a também docente convidada da FCTUC.
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