Espírito empresarial do Project For You é para continuar

O Project For You, projecto de promoção do espírito empresarial no concelho de Soure, promovido pela associação do sector, com o apoio do Município e co-financiamento comunitário no âmbito do Portugal 2020, está nos derradeiros meses, saldando-se por um “balanço positivo”.

“O projecto termina em Julho próximo e estamos a concluir muitas das actividades que tínhamos previstas”, adiantou ao TERRAS DE SICÓ Paulo Simões, secretário-executivo da Associação Empresarial de Soure (AES), à margem do seminário sobre empreendorismo e sistemas de gestão de qualidade, realizado no passado dia 26 de Abril, integrado nas acções previstas naquele programa.

Segundo aquele responsável, foram criadas cerca de uma dúzia de empresas e há outras a receber consultoria.

“Temos seis empresas na Incubadora [INES] e mais duas para entrar. A candidatura aprovada estipulava a criação de oito empresas, um número que penso será atingido e até superado”, afirma Paulo Simões.

De entre os objectivos do projecto, com uma dotação financeira de cerca de 300.000 euros, 85 por cento dos quais financiados por fundos europeus, estão os apoios à criação de novas empresas, onde se incluem “apoio gratuitos” à elaboração de planos de negócio, apoio técnico e acesso a mecanismos de financiamento, um portal na Internet com ferramentas de apoio à actividade empresarial e a disponibilização de espaços para incubação de empresas.

Convicto de que Project For You “foi a alavanca para o que virá aí no futuro”, o secretário-executivo da AES assegura que a iniciativa “será para continuar pós-apoio comunitário, porque os empreendedores vão continuar a procurar-nos, porque o site do projecto e todas ferramentas necessárias vão estar criadas e são para usar no futuro, porque a incubadora de empresas está criada e não termina quando terminar o projecto”.

“Tudo isto não pode ficar por aqui, porque a marca Project For You está criada e não faz sentido estar a fazer o investimento para agora parar”, refere o dirigente, admitindo que novas candidaturas possam dar continuidade e suporte financeiro à ideia.

Mais de quatro dezenas de potenciais empreendedores procuraram apoio junto da equipa do projecto, mas “muitos chegam até nós e não têm a noção da dificuldade que é criar uma empresa”. Assim, apenas cerca de uma dúzia se mantém activa, o que é, todavia, uma percentagem considerada positiva.

“O que pretendemos é ajudar a criar empresas que consigam sustentabilidade para se manterem e que não morram no fim de um ou dois anos no mercado”, sustenta Paulo Simões.

O Project For You caminha para o fim, mas a motivação de “continuar a fazer” prossegue. “As condições estão criadas, o que podemos ter menos é a equipa técnica, que agora é financiada. Teremos de ser nós, associação, a dar continuidade, mas isto também nos serviu de aprendizagem para saber como fazer no futuro”, entende o dirigente.

Na procura de novos empreendedores, está ainda prevista a realização de um seminário em Leiria, “junto dos finalistas do Instituto Politécnico”, à semelhança de outro recentemente ocorrido em Coimbra.

Em Julho, realiza-se um seminário final para a apresentação dos resultados do projecto iniciado há cerca de dois anos.

Mexer com o concelho

O secretário-executivo da Associação Empresarial de Soure, Paulo Simões, realça o apoio do Município local ao Project For You, sublinhando que a autarquia “está apoiar-nos nas actividades que não foram elegíveis na candidatura, como um concurso de ideias e o levantamento do tecido empresarial do concelho”.

“O projecto em curso é da associação, mas estamos a mexer com o concelho, estamos a trazer empresas, a criar emprego e, por isso, só podíamos ser acarinhados pela Câmara, existindo cooperação total”, enfatiza o dirigente.

Paulo Simões refere que “o número de associados tem crescido à medida que vamos apoiando empresas, os empresários vão-se inscrevendo como sócios”.

“Para nós, tão importante como ter muitos associados é ter muitas empresas no concelho, porque se tivermos muitas empresas os nossos sócios vão beneficiar com isso. Há mais pessoas a consumir, mais movimento, e não se pode ter medo da concorrência, que às vezes é útil e precisa. Esta dinâmica é importante, por isso é que abraçamos todos, sócios e não sócios”, destaca aquele responsável.

LCM